
Não optando pelo isolamento, Iane Caroline Rodrigues, 13 anos, estimula outras pessoas do município de São Miguel do Iguaçu a buscarem alternativas de superarem o trauma, iniciando a prática de esportes.
No início a opção foi difícil. Foram cinco cadeirantes para treinar, muitos não faziam atividade física e era uma modalidade nova. Atualmente o time de Handebol em cadeiras de rodas conta com 15 jogadores de São Miguel do Iguaçu e Medianeira. De onde sairão atletas convocados para a Seleção Brasileira de Handebol em Cadeiras de Rodas - as São-miguelenses Vanusa da Silva Pinto e Iane Caroline Rodrigues e o Medianeirense Giuliano de Lazari comemoram a conquista de representar a cidade.
A capacidade neste esporte é definida pela auto-afirmação, pois o atleta começa a conhecer suas dificuldades, seus limites, porém se surpreende com a superação, pois de acordo com o treinador Ronaldo Alves eles descobrem que são capazes de realizar atividades que acreditavam inalcançável devido aos comprometimentos.
Embora seja significativo o resultado, o número de deficientes físicos que entram em competições esportivas é pequeno. A primeira Paraolímpiada, em 1960, reuniu 400 esportistas em cadeiras de rodas. Mais tarde em 1996 o número surpreendeu, foram 4.912 atletas no Paraolímpiado. Nesse, o Brasil levou 58 esportistas.
Da esquerda uma pequena poliomelite que prejudicou o caminhar. Da direita, a garota com olhos de esmeralda foi vítima das agressões no trânsito, e hoje não pode correr como qualquer criança
O conformismo com os movimentos reduzidos não é expresso nas características desses jogadores. O encontro com o esporte quebrou o tabu da incapacidade, apontados como diferentes ou anormais. “Queremos que o deficiente seja visto normal tanto no esporte como no mercado de trabalho. Em nossa associação temos contatos com empresas com deficientes em seu quadro de funcionários, os quais confirmam que a produção é como qualquer outra pessoa”, considera Flávio Gedoz da Associação dos Deficientes Físicos de Medianeira (Pr), 35, outro jogador e cadeirante.
Para Vanusa e Iane, o esporte trouxe também uma nova visão à sociedade. “Despertou a curiosidade das pessoas e puderam ver que o deficiente físico tem muita garra e não desiste no primeiro obstáculo”, concordam elas.
Uma rifa foi lançada para os jogadores conseguirem treinar com cadeiras apropriadas. Mais informações no 9944 8781.
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