quinta-feira, setembro 17, 2009

Tarefa árdua: lixo no lugar certo

Assim ‘seria’ a regra: da prateleira do mercado a garrafa pet de refrigerante vai para a mesa da dona de casa. Suponha-se que depois dela consumir, lave e amasse, e coloque a garrafa numa sacola, junto a outros materiais plásticos. Em seguida leva - os a algum posto de coleta seletiva, local onde os ‘coletores’ fazem a separação, prensam e pesam esses recicláveis, os quais serão vendidos a uma empresa de reciclagem. O processo não termina nesse instante, da reciclagem a garrafa de refrigerante do tipo pet poderá se transformar em roupas, produtos automobilísticos ou bolsas.
Quase tudo - papel, papelão, plástico, vidros, ferros, metais, latas, madeiras - pode ser reciclado. Pensemos assim: como exemplo, a dona de casa, que conhece a coleta seletiva da sua cidade. Ela organiza seu lixo – limpa e separa- o, a fim de chegar ao destino certo.
A coleta seletiva significa “colocar o lixo no lugar certo”, isto é, ter cestas para cada tipo de lixo. E os chamados “coletores ou catadores de materiais recicláveis” são responsáveis em recolher os lixos para a separação adequada.
A principal idéia da coleta está em evitar que os lixos reutilizáveis não cheguem a aterros ou lixões. Com o sistema, as cidades diminuem o transporte dos serviços públicos, e principalmente, contribuem com o meio ambiente.
Vale qualquer adaptação pela renda

Trabalho de catação
Em alguns lugares do Brasil, a reciclagem já é feita por ‘catadores’ que recolhem de porta a porta os materiais recicláveis, sem coincidir com os dias e horários dos serviços normais de limpeza. O IBGE 2003 estimou que existem no Brasil, 500 mil desses catadores autônomos, recebendo um pouco mais de um salário mínimo.
Na maioria dos municípios da região oeste do Paraná isso ocorre. A coleta é realizada por catadores, como em São Miguel do Iguaçu que há cerca de 75 catadores; em Missal são cerca de dez, e em Foz do Iguaçu existem hoje, mais de 200 catadores, tanto autônomos, quanto de associações.














Ação ambiental que virou emprego

Lixo paranaense
Os brasileiros geram aproximadamente 120 mil toneladas diárias de lixo doméstico, desse modo quer dizer que cada habitante no Brasil gera uma média superior a um quilo por dia., segundo revista saneamento ambiental.
Cada habitante de São Miguel do Iguaçu, oeste do Paraná, gera quase 119 quilos por mês de lixo domiciliar, numa população de 27.704 moradores. Entre esse lixo, estão os recicláveis que ‘devem’ se destinar a coleta seletiva, como exposto na tabela, onde dos quase 119 quilos de lixo domiciliar gerado em São Miguel do Iguaçu por mês, apenas 80 mil são recolhidos pelos catadores.
Cada um desse material segue uma categoria, ou seja, refere-se a valor em R$. O que aparentemente, não se tem mais uso torna-se fonte de renda as famílias dos 75 coletores de São Miguel do Iguaçu. Um dos catadores da AMAR – Associação dos agentes de Meio Ambiente e Reciclagem de São Miguel do Iguaçu, Nilton da Rosa, fala como cada material reciclável, de acordo com sua natureza e condições, possui um valor. “Recebemos no plástico do tipo pet 15 centavos por quilo, vai depender do tipo do material”, finaliza. Segundo ele, o papel também vale 15 centavos o quilo, e o plástico do tipo cristal vale 23 centavos o quilo.
Para a assistente social Paula B. Godoi há necessidade dos catadores de São Miguel do Iguaçu serem mais capacitados, para assim, aprenderem sobre o seu modo de trabalho. “Deveria ser investido mais na capacitação dos agentes de meio ambiente, quanto à área financeira e de venda de materiais recicláveis, evitando a exploração das empresas compradoras”, finaliza.

Investimentos – “Coleta Solidária”
Os catadores de materiais recicláveis são reconhecidos como profissionais pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Por ser formado por grupos é necessário que se organizem, tanto por cooperativas, quanto por associações.
Com interesse na questão ambiental dos municípios lindeiros da região oeste do Paraná, a Itaipu Binacional desenvolveu o projeto “Coleta Solidária” do Programa Cultivando Água Boa, distribuindo equipamentos de trabalho aos catadores: uniformes, botas, luvas e carrinhos. Abaixo, dados do projeto Coleta Solidária da Itaipu:

Números do Projeto Coleta Solidária:
Catadores atendidos e organizados..... 2.300
Catadores capacitados........................... 1.667
Barracões em funcionamento.................... 23
Cooperativas.................................................. 4
Carrinhos doados....................................1.636
Uniformes doados.................................. 3.323
Prensas e balanças doadas......................... 48
Municípios atendidos na BP3..................... 29
Municípios atendidos fora da BP3............... 2
Fonte: Itaipu Binacional

O Projeto Coleta Solidária que falta muito para ser 'solidária', devido a não conscientização da sociedade paranaense

Lixos causam: contaminação dos rios, poluição do ar com o gás liberado, ruas sujas, proliferação de insetos e de ratos. Sem a organização das cidades e sem a consciência sobre o papel de quem ajuda a manter sua cidade limpa, como estes catadores, de nada adianta investimentos.
Se na sua cidade há coleta seletiva feita por catadores, organize seu lixo! Um bom começo, seria: limpar e separar os resíduos para contribuir com a eficiência dos coletores.Para que os mais de 1kg consumido por dia não chegue aos aterros, inicie a sua coleta!

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